Lógica no Renascimento


A tradição da lógica medieval sobreviveu por mais três séculos após ter atingido a maturidade no século XIV. Entretanto, o clima intelectual que se estabeleceu no Ocidente com o advento do Renascimento e do humanismo não estimulava o estudo da lógica. O crescimento das ciências naturais também contribuiu para o abandono da lógica que, como disciplina dedutiva, cedeu lugar às pesquisas metodológicas.

Uma nova atitude em relação à lógica surgiu no século XVI com Petrus Ramus (Pierre de La Ramée), lógico antiaristotélico e reformador educacional. Ramus descreveu a lógica como a "arte de discutir" e distinguiu-a da gramática e da retórica que, a seu ver, concentravam-se nas questões relativas ao estilo. De acordo com Ramus, a lógica deveria tratar de conceitos, juízos, inferências e provas, nessa ordem de prioridade. Entre as inferências, incluía os silogismos categóricos e hipotéticos.

As divisões da lógica sugeridas por Ramus foram adotadas pelos jansenistas Antoine Arnauld e Pierre Nicole, autores de La Logique: ou l'art de penser (1662), traduzido e publicado em inglês em 1851 sob o título The Port-Royal Logic (A lógica de Port-Royal). As duas primeiras de suas quatro partes trazem poucas contribuições originais, muito mais no campo da epistemologia que da lógica. A terceira, sobre o raciocínio, trata da validade dos silogismos. Na quarta parte, sobre o método, a obra Elementos de Euclides é recomendada como modelo do método científico. Como René Descartes, fundador da filosofia moderna, os autores insistiam que, em qualquer investigação científica, termos obscuros ou equívocos devem ser definidos; que somente termos perfeitamente conhecidos devem ser usados em definições; que somente verdades auto-evidentes devem ser usadas como axiomas; e que todas as proposições que não são auto-evidentes devem ser confirmadas com o auxílio de axiomas, definições e proposições já comprovados. Apesar de competir com uma concepção inteiramente nova da lógica apresentada por Leibniz, racionalista alemão, as idéias expostas pela lógica de Port-Royal mantiveram sua reputação durante o século XIX.

Veja também:
Lógica Aristotélica
Lógica Moderna
Lógica na Idade Média
Lógica no Século XX

     
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