Universidade no Brasil


Ao contrário dos países de colonização espanhola, o Brasil não teve universidades enquanto foi colônia de Portugal. Até a independência, menos de três mil brasileiros se formaram, a maioria em Coimbra, alguns poucos em Toulouse e Montpellier ou no Reino Unido.

As primeiras escolas de nível superior começaram a funcionar na segunda década do século XIX. Ao ser proclamada a república, só havia cinco faculdades no país: duas de direito, em São Paulo e Pernambuco, duas de medicina, na Bahia e no Rio de Janeiro, e uma politécnica, no Rio de Janeiro. Em 1869, foi criada em Minas Gerais a Escola Agrícola União e Indústria, e em 1875, a Escola de Minas de Ouro Preto. Em 1877, foi fundada na Bahia uma escola de agricultura.

Somente em 1920 foi criada a primeira universidade do país, a Universidade do Rio de Janeiro, depois Universidade do Brasil e mais tarde Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que nasceu da fusão das três faculdades então existentes na cidade do Rio de Janeiro. A Universidade de São Paulo (USP) foi fundada em 1934 e a de Brasília em 1962. Atualmente o Brasil tem pelo menos uma universidade em cada estado da federação.

A multiplicação das escolas de ensino superior se traduziu na conscientização dos jovens sobre os grandes problemas nacionais. Na década de 1930, foi intensa sua participação no processo político, com a luta contra a ditadura do Estado Novo e o apoio às teses nacionalistas. Em 1938 foi fundada a União Nacional dos Estudantes (UNE), institucionalizada em 1942 como órgão representativo da categoria estudantil.

Na década de 1940, as lutas estudantis se centraram no apoio à participação do Brasil na guerra contra o nazi-fascismo e, depois, no apoio à Força Expedicionária Brasileira (FEB) e no combate às correntes políticas nacionais favoráveis ao Eixo. Na fase de redemocratização, a UNE promoveu campanhas contra a alta do custo de vida e em defesa do monopólio estatal do petróleo e da política externa independente.

Na primeira metade da década de 1960, os estudantes realizaram movimentos de apoio à escola pública, ao ensino gratuito, às mudanças profundas na estrutura do ensino superior e ao programa de reformas de base do governo João Goulart, ao lado de entidades de estudantes secundaristas. Com a ruptura constitucional representada pelo golpe militar de 1964, a UNE foi alvo de intensa repressão e suas principais lideranças tiveram que se exilar. Apesar disso, ainda participou de manifestações populares contra a ditadura e realizou congressos clandestinos até a edição do Ato Institucional nš 5, em dezembro de 1968, o que efetivamente suspendeu a atividade política dos estudantes no cenário nacional.

A reconstrução da UNE na década de 1980 não modificou muito a atitude apática que os estudantes universitários mantinham desde a dissolução de seu movimento. Em 1992, os estudantes universitários e secundaristas voltaram às ruas para exigir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, denunciado por corrupção.

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