Cinismo


Embora o termo cinismo tenha adquirido conotações pejorativas, os cínicos gregos constituíram uma escola filosófica que adotou posturas éticas radicais.

Em 399 a.C., Antístenes, discípulo de Sócrates, abriu uma academia num ginásio que dava para a praça ateniense de Cinosargo (o cão ágil). Daí a designação de cínicos dada aos membros dessa escola. Em relação ao conhecimento, Antístenes, ao contrário de Platão, rejeitava os universais, afirmando que só existem essências individuais das coisas, e cada uma delas se conhece por meio de uma intuição indivisível. É possível comparar as coisas, mas não estabelecer julgamentos ou definir atributos a seu respeito, pois isso corresponderia a misturar essências distintas. O resultado é uma renúncia ao saber: só é necessário conhecer aquilo de que se precisa para viver.

A conseqüência ética desse pragmatismo é que a virtude, que reside na inteligência, constitui o único bem. O homem deve buscar em si mesmo a verdade e para isso deve renunciar às paixões e aos desejos e rejeitar as convenções impostas pela sociedade. Este código moral foi levado ao extremo por Diógenes de Sinope, que viveu no século IV e defendeu a idéia de uma recusa à civilização e de uma volta à natureza. Concepções mais moderadas surgiram com Crates de Tebas e Diodoro de Aspendo.

     
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