Abelardo

(1079 - 1142)

Acreditando na capacidade da mente humana de alcançar o verdadeiro conhecimento natural e supernatural, Abelardo defendeu o exame crítico das Escrituras à luz da razão. Incompreendido e atacado em seu tempo, foi um precursor do racionalismo francês.

Teólogo e filósofo, Abelardo (em francês Pierre Abélard ou Abailard, em latim Abelardus) nasceu em Le Pallet, perto de Nantes, França, por volta de 1079. Estudou em Paris com os melhores mestres: Roscelino de Copiègne e Guilherme de Champeaux. Foi depois professor da catedral de Paris (Notre Dame), onde combateu as idéias de Guilherme, obrigando-o a modificá-las. Aos 22 anos, abriu uma classe de filosofia em Melun. De volta a Paris, a clareza do seu espírito atraiu uma multidão de discípulos.

Foi nessa época que começou sua ligação amorosa com Heloísa, sobrinha do cônego Fulbert. Este ordenou que o castrassem. Depois disso, Abelardo e Heloísa recolheram-se ao claustro: ele ao mosteiro de Saint-Denis, ela a um convento em Argenteuil. Tornou-se famosa a correspondência que trocaram a partir de então, embora alguns estudiosos a considerem uma ficção literária, atribuindo-a inteiramente a Abelardo. Juntamente com a autobiografia Historia calamitatum (História de minhas desventuras), as cartas refletem o temperamento a um só tempo espiritual e vitalista de Abelardo.

Mesmo depois de seu ingresso no claustro, Abelardo continuou lecionando com êxito. Seu livro mais famoso, escrito em 1121-1122, é o Sic et non (Sim e não). Nele apresenta argumentos contra e a favor de quase todas as grandes teses filosóficas da época, método que santo Tomás de Aquino retomaria na Summa theologiae (Suma teológica). Abelardo chama esse jogo lógico de "dialética" e o acha importante para aguçar o espírito. Sua filosofia é em grande parte uma análise da linguagem, que se torna notável ao estudar o problema dos "universais".

Abelardo morreu no priorado de Saint-Marcel, perto de Châlons-sur-Saône, em 21 de abril de 1142.

     
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