Alexis de Tocqueville
(1805 - 1859)

Os textos de Alexis de Tocqueville constituíram um dos primeiros estudos em profundidade sobre os fundamentos do liberalismo e das instituições democráticas. Ainda na atualidade inspiram aqueles que rejeitam o totalitarismo político como forma de combater as injustiças e realizar o ideal de liberdade e igualdade social.

Charles-Alexis-Henri-Maurice Clérel de Tocqueville nasceu em Paris, em 29 de julho de 1805. De família aristocrática, ingressou muito jovem no corpo de magistrados e em 1831 empreendeu uma viagem de nove meses aos Estados Unidos com o objetivo de estudar sua legislação penal. Os resultados dessa experiência foram seu primeiro livro, Du système pénitentiaire aux États-Unis et de son application en France (1833; Do sistema penitenciário nos Estados Unidos e de sua aplicação na França), escrito em colaboração com Gustave de Beaumont, e sobretudo o grande tratado De la démocratie (1835-1840). Nesse compêndio, permeado pela convicção de que uma sociedade adequadamente organizada pode preservar a liberdade dentro da ordem democrática, Tocqueville analisa a vitalidade, os excessos e as possibilidades de sobrevivência do modelo político americano.

O sucesso internacional de sua obra, que lhe valeu a nomeação como membro da Academia Francesa em 1841, induziu-o a dedicar-se com maior empenho à política. Eleito deputado em 1839, adotou uma posição liberal, partidária das reformas democráticas e oposta às demandas revolucionárias. Em 1849 foi nomeado ministro de Assuntos Exteriores. Após o golpe de Napoleão III em 1851, que restringiu os poderes do Parlamento, negou-se a prestar juramento ao novo regime e abandonou toda atividade pública.

Em 1856 Tocqueville publicou sua segunda grande obra, L'Ancien Régime et la révolution (O antigo regime e a revolução), análise das circunstâncias econômicas, sociais e políticas que motivaram a revolução francesa, na qual uma vez mais o autor expressou sua confiança no modelo democrático.

A influência das teorias de Tocqueville, que morreu em Cannes, França, em 16 de abril de 1859, começou a declinar no final do século XIX, com o agravamento das desigualdades sociais nos países industrializados. O desafio totalitário à sobrevivência das instituições liberais, representado no século XX pelas duas guerras mundiais e pela grande depressão da década de 1930, despertou novo interesse pela obra do cientista político francês, vista como uma alternativa ao modelo marxista de mudança social.
     
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