Johann Eckhart
(1260 - 1327)

Centrada na união da alma individual com Deus, a filosofia de Eckhart é das mais originais, embora resulte da fusão de elementos gregos, neoplatônicos, árabes e escolásticos.

Mais conhecido como mestre Eckhart, Johann ou Johannes Eckhart -- que, como escritor, foi o maior místico especulativo alemão -- nasceu em Hochheim, perto de Gotha, por volta de 1260. Ingressou na ordem dos dominicanos com 15 anos e estudou em Colônia, cujo ambiente intelectual sofria a influência de santo Tomás de Aquino. Estudou e ensinou teologia no priorado de Saint-Jacques em Paris, onde em 1302 recebeu o grau de mestre. Foi provincial dos dominicanos na Saxônia, em 1303, e vigário-geral para a Boêmia, três anos depois. Residiu em Estrasburgo e sua principal atividade, sobretudo a partir de 1314, foi pregar às freiras contemplativas de todo o vale do Reno.

Entre seus tratados, destacam-se o Livro da divina consolação, Do homem nobre e Do desapego. Os ensinamentos de sua maturidade descrevem quatro estágios da união da alma com Deus: a dissimilitude, a similitude, a identidade e a ruptura. No ponto de partida, Deus é tudo e a criatura é nada; no último estágio, "a alma paira acima de Deus". E o desapego é a força propulsora desse processo. A ruptura indica que o homem, após abandonar todas as coisas, deve abandonar também Deus e viver "sem por quê". Deus só existe como tal, segundo Eckhart, quando a criatura o invoca. Ao final do processo, a alma se torna o pai, quando de início era um nada, e engendra Deus como pessoa divina. O desapego atinge assim sua conclusão, na ruptura para além de Deus.

Mestre Eckhart morreu talvez em Avignon, França, em 1327 ou 1328. Foi revalorizado no século XX por correntes que tentaram aproximar a mística ocidental cristã dos ensinamentos vindos do Oriente.

     
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