Ludwig Andreas Feuerbach
(1804 - 1872)

Por sua análise da atitude religiosa e pelo conceito de alienação, Feuerbach influenciou os pensadores socialistas do século XIX, especialmente Karl Marx, a filosofia existencialista de Kierkegaard e a moderna teologia protestante de Karl Barth e Rudolf Bultmann.

Ludwig Andreas Feuerbach nasceu em Landshut, Baviera, Alemanha, em 28 de julho de 1804. Depois de estudar teologia protestante em Berlim, seguiu durante dois anos os cursos de filosofia de Hegel. De 1829 a 1836 foi livre-docente da Universidade de Erlangen, mas o escândalo provocado por seus primeiros textos de filosofia o fez recolher-se à aldeia de Bruckberg e depois a Rechenberg, onde se dedicou a escrever. Sua obras principais são Pierre Bayle (1838); Beitrag zur Kritik der hegelschen Philosophie (1839; Contribuição à crítica da filosofia hegeliana); Das Wesen des Christentums (1841; A essência do cristianismo); Vorläufige Thesen über die Reform der Philosophie (1842; Teses provisórias sobre a reforma da filosofia); Das Wesen der Religion (1845; A essência da religião); e Theogonie (1857; Teogonia).

Feuerbach radicalizou a crítica à religião, já esboçada pela esquerda hegeliana, e separou filosofia de religião e razão de fé. A teologia, ou ciência de Deus, seria apenas uma antropologia, ou ciência do homem, que se ignora. Ao falar a respeito de Deus, de sua existência, sua essência, seus atributos e predicados, na verdade o homem está falando de si, projetando externamente, "alienando" sua própria essência. Se o homem, como queria Feuerbach, afirma sobre Deus o que nega sobre si mesmo, toda religião é uma idolatria, isto é, adoração, pelo homem, de sua própria essência alienada.

O pensamento de Feuerbach representa a transição entre o idealismo hegeliano e o materialismo histórico. Embora se definisse como adepto de um materialismo "espiritual", na realidade ele traçou as linhas gerais de um humanismo materialista, cujo princípio não é a noção de substância, de Spinoza, nem a de espírito absoluto, de Hegel, que são entidades abstratas, mas o mais real dos seres, o homem, "corpo pensante" que possui inúmeras necessidades que devem ser satisfeitas para sua felicidade. O materialismo de Feuerbach foi criticado por Marx em Thesen über Feuerbach (1845; Teses sobre Feuerbach).

A afirmação de Feuerbach sobre a morte do cristianismo foi retomada por David Friedrich Strauss, autor do cético Das Leben Jesu kritisch bearbeitet (1835-1836; A vida de Jesus criticamente estudada), e Bruno Bauer, que também se afastou do hegelianismo para aproximar-se do naturalismo. Feuerbach morreu em Rechenberg, perto de Nuremberg, em 13 de setembro de 1872.

     
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