Raimundo Lúlio
Raimundo Lúlio, em catalão Ramon Llull -- conhecido também pelo nome latino de Raimundus Lullius -- nasceu em Palma de Maiorca, então pertencente ao reino de Aragão, por volta de 1235. Procedente de família aristocrática, na juventude levou vida mundana e despreocupada. Uma visão mística que teve aos trinta anos, porém, provocou uma mudança radical em sua vida. Depois de longa peregrinação, que o levou ao norte da África e a Jerusalém, regressou a Maiorca para dedicar-se ao estudo da filosofia e da teologia cristãs e da língua e do pensamento árabes. Após nova experiência mística, ocorrida em 1272 no monte Randa de Maiorca, Lúlio passou à elaboração de sua principal obra, Ars magna, coletânea de tratados, entre os quais Arbor scientiae (A árvore da ciência), em que postula a existência de princípios científicos gerais nos quais se englobam os saberes particulares. Disposto a dedicar a vida à difusão de sua Ars Magna para converter infiéis pela via da razão, solicitou ajuda a diversos monarcas e papas. Além de numerosos tratados científicos sobre medicina, geometria e astronomia, Lúlio destacou-se pela produção literária de inspiração mística, na qual se destacam o Llibre d'amic e amat (Livro de amigo e de amado) e Felix o Llibre de meravelles (Félix ou Livro das maravilhas). Segundo a tradição, Raimundo Lúlio foi apedrejado em Bugia, Tunísia, durante um trabalho missionário, e morreu em conseqüência dos ferimentos na viagem de regresso à cidade natal, em 1316. Sua obra, decisiva no desenvolvimento da literatura catalã e da mística cristã, ainda no século XVII fascinou o racionalista alemão Leibniz, que se inspirou na "lógica do mundo" de Lúlio para elaborar uma teoria metafísica. |