Estruturalismo Americano


O surgimento do estruturalismo nos Estados Unidos foi condicionado pela análise descritiva das centenas de línguas ameríndias no final do século XIX. A necessidade de buscar princípios metodológicos apropriados para a análise dessas línguas, em grande parte desconhecidas e ágrafas (não escritas), resultou num enfoque antropológico e etnológico desses estudos. Os pesquisadores pretendiam reconstruir as civilizações primitivas, cujas estruturas lingüísticas consideravam indissociáveis do contexto social e cultural em que se haviam originado. Nesse sentido destacaram-se os trabalhos de Franz Boas e de seu discípulo Edward Sapir, que em Language (1921; Linguagem) ressaltou, como fizera Saussure, o caráter da linguagem como modelo geral e preparou o caminho da lingüística estrutural americana, cujo principal representante seria Leonard Bloomfield.

Em 1933, a publicação de um livro de Bloomfield, Language, marcou o início de uma nova era na lingüística e influiu nos trabalhos da escola distribucionalista (também denominada neobloomfieldiana) surgida depois dele. Para obter o máximo rigor científico no estudo da linguagem, Bloomfield adotou um enfoque behaviorista em sua análise lingüística e definiu a linguagem em termos de respostas a estímulos. O autor excluiu de suas considerações, quase completamente, alusões à significação ou à semântica.

O estruturalismo de Bloomfield era eminentemente analítico e descritivo e centrava-se no estudo da morfologia e da sintaxe: ao partir da frase como unidade máxima analisável, empregava métodos de redução que permitiam decompô-la em seus elementos constituintes imediatos, até chegar ao morfema, unidade mínima indivisível. Esse método de análise foi o principal objeto de pesquisa dos neobloomfieldianos ou distribucionalistas, os mais importantes dos quais foram Bernard Bloch, George L. Trager, Robert Anderson Hall e, especialmente, Zellig S. Harris, autor de um livro fundamental no estruturalismo americano, Methods in Structural Linguistics (1951; Métodos da lingüística estrutural).

Veja também:
Lingüistica no Século XX
Gramática Gerativo-Transformacional
Psicolingüística e Sociolingüística

     
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