Gramática Gerativo-Transformacional Cabia ao lingüista a tarefa de construir essa gramática, a partir do que Chomsky denominou "competência" (o conhecimento que o falante possui de sua língua e que lhe permite gerar e compreender mensagens) e não do "desempenho" (o emprego concreto que o falante faz de sua língua). A regras gramaticais que permitissem gerar orações inteligíveis num idioma seria denominada gramática gerativa. Em suas formulações sobre essa gramática, Chomsky distinguiu três componentes: o sintático, com função geradora; o fonológico, a imagem acústica da estrutura elaborada pelo componente sintático; e o semântico, que interpreta essa imagem. Em oposição à gramática estruturalista dos distribucionalistas, que se baseava na análise dos constituintes imediatos, Chomsky analisou as estruturas das orações em dois níveis, o profundo e o superficial, para indicar as transformações produzidas ao se passar de um nível para outro e as regras que regem as transformações. Esses conceitos explicam a razão do termo gramática gerativo-transformacional e fundamentaram grande parte dos estudos lingüísticos realizados depois de Chomsky. Segundo a teoria gerativo-transformacional, todas as línguas possuem uma estrutura superficial ou aparente, que representa a forma em que aparece a oração, e outra estrutura profunda ou latente, que encerra o conteúdo semântico da oração e forma o corpus gramatical básico que o falante de uma língua possui. Por meio de uma quantidade limitada de regras de transformação, o falante pode criar um número infinito de orações superficiais. O componente fonológico, ou seja, a imagem acústica das estruturas elaboradas pelo componente sintático, é dado por uma série de segmentos -- denominados morfofonemas por alguns lingüistas -- com traços distintivos que indicam como devem ser representadas, na estrutura superficial, as orações geradas pela sintaxe. De maneira semelhante, o componente semântico fornece o significado às orações da estrutura superficial pela substituição ou inserção léxica de palavras e morfemas (unidades significativas) durante o processo de transformação da estrutura profunda na superficial. Essa consideração do componente semântico, que respondia à diferenciação entre sintaxe e semântica das primeiras formulações da gramática gerativa, foi um dos pontos mais conflituosos para teorias gerativas posteriores, que consideravam inexistente essa diferenciação. Veja também:
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