Psicolingüística e Sociolingüística


A teoria gerativa de Chomsky abriu caminho para uma renovação radical da lingüística e para sua aplicação a diversas disciplinas do saber humano, como a psicologia ou a sociologia. Um dos principais campos de aplicação da gramática gerativo-transformacional, sobretudo no que diz respeito à dicotomia competência-desempenho, foi a psicolingüística, termo surgido na década de 1940 e definido como o estudo de fatos da linguagem considerados sob seus aspectos psicológicos, fundamentalmente no que se refere à aquisição da linguagem, à percepção da fala e aos distúrbios patológicos, como por exemplo a afasia (perda da fala).

O caráter e função social da linguagem, suas repercussões no comportamento do indivíduo e os condicionamentos sociais (diferenças de classe, sexo, educação, idade e ocupação) que determinam as variações lingüísticas dentro de uma língua representam os objetivos principais da sociolingüística. Em oposição às teorias sociolingüísticas, segundo as quais a língua é ao mesmo tempo causa e efeito das concepções sobre a realidade e o mundo de uma comunidade de falantes (hipótese do americano Benjamin Lee Whorf) ou resultado de estruturas sociais determinadas (teoria do georgiano Nikolai Y. Marr), as pesquisas do americano William Labov tentaram explicar as variações lingüísticas de uma determinada língua por meio de uma redefinição do conceito chomskiano de competência. Labov entendia a competência como o conjunto de regras de conteúdo sociológico - diferentes níveis e registros de língua - que, uma vez conhecidas pelo falante, podem ser empregadas de acordo com o contexto social ou a situação.

Outras Teorias

Embora a influência do trabalho de Chomsky tenha levado praticamente todas as escolas lingüísticas a definirem suas posições com relação às teorias do lingüista americano, continuaram a surgir enfoques radicalmente opostos. A gramática estratificacional, desenvolvida pelo americano Sidney Lamb, reelaborou elementos do estruturalismo de Bloomfield ao definir a estrutura lingüística como uma teia de relações, mais do que como um sistema de regras; as unidades lingüísticas seriam apenas pontos, ou posições, nessa teia. O distribucionalismo e a escola de Praga inspiraram também tendências como a análise tagmêmica (que considera que a posição dos elementos define a gramática de uma língua) ou a chamada gramática de casos.

A lingüística representa hoje um campo aberto e em contínua renovação, cujos estudos, a partir de perspectivas diferentes, contribuem para a construção de modelos cada vez mais amplos que considerem os elementos constituintes do fenômeno lingüístico.

Veja também:
Estruturalismo Americano
Lingüistica no Século XX
Gramática Gerativo-Transformacional

     
Digite aqui seu
E-mail para receber notícias de filosofia!








Se acaso qualquer informação do site estiver equivocada, por favor avise-nos que corrigiremos