Tradição Hebraica


A outra tradição que, ao lado da grega, entrou na formação da civilização ocidental foi a hebraica. Sua atitude em face do mundo era profundamente diferente da helênica. A mentalidade grega era dominada pela busca dos fundamentos do Ser. Sua preocupação última era encontrar o logos explicativo do real. A mentalidade hebraica, ao contrário, não se originou de uma atitude especulativa e intelectual. Os estudiosos em geral concordam em que foi o êxodo a experiência determinante das categorias de razão peculiares ao povo hebreu.

O êxodo foi uma crise decisiva que marcou a transição de uma situação de cativeiro para uma de liberdade: experiência ética e, em última análise, política. É isso o que explica o fato de estar o nome de Deus sempre ligado a esse evento, no universo lingüístico da Bíblia. Falar sobre Deus é referir-se ao poder e à intenção que libertaram um bando de escravos, transformando-o num povo possuído pelo senso de identidade e de destino.

Assim, o Deus de Israel é o Deus do êxodo. Ele não é o princípio último de inteligibilidade do real, atemporal e imutável, que ao explicar a racionalidade do mundo tende sempre a justificá-lo. Ao contrário, ele é vontade que faz história por meio de crises que dissolvem o presente, abrindo-o para um futuro novo. Esse evento e esse símbolo passaram a ser o modelo para a compreensão de tudo o que ocorre na história. São eles o ponto de partida para a lógica hebraica e a base de suas categorias de pensamento.

Veja também:
Argumento Ontológico
Morte de Deus
Ressurgimento da Metafísica
Teologia como Antropologia
Tradição Científico-Tecnológica

     
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